As ilhas de São
Tomé e Príncipe estiveram
desabitadas até 1470, quando os
navegadores portugueses João de Santarém e Pedro
Escobar as descobriram.
Os portugueses
colonizaram-na com cristãos-novos que tinham sido expulsos pela Inquisição.1
A cana-de-açúcar foi introduzida nas ilhas no século XV, mas a concorrência brasileira e as constantes rebeliões locais
levaram a cultura agrícola ao declínio no século
XVII. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de escravos para o Caribe e para o Brasil.
No contexto da Dinastia Filipina, o capitão António Monteiro Maciel jurou fidelidade ao novo monarca em 10 de Junho de 1581.
Entre as principais
dificuldades por que passaram as ilhas no final do século XVI destacam-se as revoltas de africanos
entre 1590 e1595, das quais a mais importante foi
a Revolta dos Angolares.
A escravatura e o ciclo do Cacau
A agricultura só foi estimulada no arquipélago
no século XIX, com o cultivo de cacau e de café.
Nesse período, as ilhas figuraram entre os maiores produtores mundiais de cacau. A escravatura foi abolida em 1876, mas ao longo do século XX os portugueses mantiveram os
trabalhadores rurais em degradantes condições de trabalho.
Durante estes dois séculos do Ciclo do Cacau, criaram-se
estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços
públicos, tendo a sua frente um chefe
de serviço. As decisões tomadas por este, tinham de ser sancionadas pelo Governador da Colónia. Este para legislar,
auxiliava-se de um Conselho de
Governo e de uma Assembleia Legislativa.
Durante muito tempo o
Governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que, com a luta
armada nos outros territórios sob a sua dominação, criou-se um Comando Independente. Fora da
sua alçada, encontrava-se a Direção-Geral
de Segurança (DGS).
O Governador
deslocava-se periodicamente a Lisboa,
para informar o governo colonial e dele trazer instruções.
Na Ilha do Príncipe, em
representação do governo havia o Administrador do Conselho com largas
atribuições. A colónia achava-se dividida em dois Conselhos , o
de São Tomé e o do Príncipe, e em várias freguesias.
Em 1951 o
território adquiriu o estatuto de Província Ultramarina portuguesa, sendo feito
um esforço de desenvolvimento na agricultura, vias de comunicação e da educação.
Independência e transição para a democracia
Em 1960,
por influência do processo de descolonização no continente africano, surgiu um
grupo nacionalista opositor ao domínio ditatorial português. Em 1972, o grupo dá origem ao MLSTP (Movimento
de Libertação de São Tomé e Príncipe), de orientação marxista. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de controle
de Portugal, o arquipélago é descolonizado,
como consequência da Revolução
dos Cravos em Portugal, um ano antes.
Após a independência, foi implantado um
regime socialista de partido único sob a alçada do
MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura econômica do
país. Em 1990, iniciou-se a
transição para a democracia com a adoção de uma nova Constituição,
que institui o pluripartidarismo.
No ano seguinte, as
eleições legislativas apresentam o PCD-GR (Partido de Convergência Democrática
- Grupo de Reflexão) como grande vencedor, ao conquistar a maioria das
cadeiras. A eleição para presidente contou com a participação de Miguel dos
Anjos Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi
eleito para o cargo. Em 1995, é
instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco
membros. Nas eleições parlamentares de 1998,
o MLSTP incorpora em seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a
maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o
primeiro-ministro.
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